terça-feira, 16 de julho de 2013

Assembleia Municipal extraordinária de 24 de maio – Parte II


Debate Temático sobre a árvore
Ver parte I aqui.

Este foi um debate específico que teve lugar em sede de Assembleia Municipal através de uma proposta da CDU, por sugestão de um munícipe no debate organizado pelo Partido Ecologista “Os Verdes” na biblioteca municipal no passado dia 1 de março.

A abertura do debate coube ao sr. Presidente da Assembleia, tendo depois intervindo os convidados (Eng. Carlos Arraiolos e Eng. Rui Igrejas) sobre a temática da árvore em contexto urbano e como recurso económico. De seguida deu-se a intervenção das bancadas, que puderam expor as suas ideias sobre o assunto, assim como colocar perguntas aos dois convidados.

Da parte CDU interveio a deputada municipal Manuela Cunha, uma das principais defensoras da floresta e do meio ambiente em Almeirim, assim como denunciadora de situações e políticas incorretas que têm sido tomadas nestas áreas. Da sua intervenção, salientam-se os seguintes pontos:
         
     1. A CDU foi uma voz ativa aquando da limpeza da vala, quando foi totalmente erradicada da flora ripícola existente, necessária à contenção das cheias e ao desenvolvimento faunístico.
·         
     2. Foram feitas intervenções pela CDU nas sessões de câmara, no mandato 2001-2005, sobre as podas drásticas feitas na N114, que no médio prazo iriam gerar árvores doentes, que acabariam por cair, o que se verificou. 

      3. A CDU foi igualmente ativa aquando da substituição das árvores na Rua Condessa Junqueira, porque eram incomodativas a alguns cidadãos (pois houveram sido mal escolhidas), por magnólias (uma espécie exótica, cara, que consome muita água e com uma copa que nunca se conseguirá desenvolver naquele local).

Cartoon do jornal “O Mirante”, a ironizar a plantação massiva de magnólias pela cidade. 
·          
      4. O Parque das Laranjeiras onde se verificou outro atentado às árvores adultas que aí existiam, que foram cortadas.
Arranque das árvores no Parque das Laranjeiras.
·          
      5. Surgiu de uma proposta da CDU na Assembleia Municipal, no mandato de 2005-2009, a classificação da Tília do cemitério de Almeirim. Proposta esta que a assembleia não aprova. Assim, “Os Verdes” fizeram a proposta diretamente ao Ministério da Agricultura. Graças aos Verdes, são hoje classificadas não só a Tília, como também a Bela Sombra, na Quinta da Alorna. Sairia contudo a Assembleia Municipal mais dignificada se tivesse sido esta a propor a classificação.

Tília no cemitério
 



Bela Sombra – Quinta da Alorna
 

      6. A talvez mais polémica luta que a CDU empreendeu em Almeirim em defesa das árvores, foi contra a localização do Estabelecimento Prisional de Lisboa na Herdade dos Gagos (salientando que a CDU foi contra a localização e não contra a instituição em si). Isto implicaria um corte de boa parte do montado de sobro da herdade, que constitui parte dos rendimentos da freguesia, visto que em cortiça, segundo as previsões de contas de 2011, a Junta de Freguesia de Fazendas de Almeirim previa arrecadar 60 000 €.




Alguns ativistas da CDU e residentes de Paço dos Negros na defesa do montado de sobro da Herdade dos Gagos.
·          
      7. O Plano de Urbanização de Almeirim, do tempo do Eng. Baptista (ainda anterior ao 25 de abril de 74), previa corredores verdes na então vila. Uma ótica visionária! Corredores verdes esses que a atual presidência removeu do dito plano de urbanização, quando se começa a imperar a sua presença, pelas alterações climáticas que vivemos. 

·     8. A deputada deixou a sugestão que se plantassem em espaço público amoreiras, em vez de eucaliptos, para que os miúdos possam voltar a ter bichos de seda, uma atividade infantil intemporal, para perceber o desenvolvimento daqueles animais.

·     9. Sendo o eucalipto um recurso económico, devido à celulose, também o são o sobreiro e o pinheiro. Existem fábricas de cortiça que já encerraram devido à falta de matéria-prima, assim como industriais da madeira com falta de pinho fazer móveis, por exemplo.



No debate temático pode intervir também o público da assembleia. A ativista do Partido Ecologista “Os Verdes” e cabeça de lista à Câmara Municipal, Sónia Colaço, pediu da palavra para perguntar sobre as pragas das palmeiras em meio urbano, qual o seu impacto, a situação no concelho, como o pode afetar e o custo que isso poderá acarretar. A isto, o Eng. Carlos Arraiolos respondeu que 

O problema das Palmeira é nacional, muito complicado, começou no Algarve, e ao que sabemos há zonas em que todas estas plantas ficaram destruídas por esta doença, nomeadamente na região do Algarve, mas está a acontecer um pouco por todo o País. Esta espécie é uma planta invasora, e como tal está ser também ela vitima de pragas que desconhecemos. Quando começam a ficar doentes, por norma não há muita coisa a fazer.”

Sem comentários:

Enviar um comentário