quarta-feira, 30 de abril de 2014

Mandatário do Concelho de Almeirim às Eleições Europeias


Foram ontem apresentados em Santarém os mandatários concelhios às Eleições Europeias de 25 de maio. 

O mandatário do Concelho de Almeirim é José Manuel Bento Sampaio. Este nosso amigo e camarada nasceu em Almeirim, a 28 de Dezembro de 1944. Casado, tem dois filhos e três netos.

Fez os estudos liceais em Almeirim e Santarém, foi trabalhador-estudante durante a licenciatura em Medicina pela Faculdade de Medicina de Lisboa e especializou-se em Pediatria Médica no Hospital de D. Estefânia, em Lisboa.

Foi Chefe de Serviço Hospitalar, Diretor de Serviço de Pediatria, Diretor Clínico e Diretor do Hospital Distrital de Torres Novas. Dirigiu o Conselho de Administração durante a construção e inauguração do novo hospital, o Hospital Rainha Santa Isabel (2000).

Foi Bolseiro do Conselho da Europa, em Paris (1989); representante de Portugal no Programa Hope, na Dinamarca (1999); professor na Escola Superior de Enfermagem de Santarém(23 anos).

Aposentou-se da carreira hospitalar em 2005. Mantem-se na clínica privada em Almeirim e Santarém.

Foi membro da Comissão Nacional do Congresso de Aveiro e candidato da Oposição Democrática pelo Distrito de Santarém (1973).

Foi eleito, na autarquia de Almeirim, para vários cargos: Vereador(1983-1985), Presidente da Assembleia Municipal(1989-1993) e Deputado Municipal(vários mandatos).

Foi dirigente em várias Associações  de Almeirim: Clube Juvenil, Banda Marcial, Bombeiros Voluntários e 20 Kms de Almeirim.

Recebeu a medalha de ouro do município de Almeirim (1996) e a medalha de ouro do município de Torres Novas (2000). Foi distinguido pelos Rotários de Almeirim como Profissional do Ano (2009).

Foi médico-militar em Angola(74/75) e médico voluntário da Associação Médica Internacional – AMI, na Guiné-Bissau(2002) , Timor Leste (2003) e Cabo Verde (2005).

É sócio fundador do Sindicato Médico da Zona Sul e pertence à Direcção do Movimento Unitário de Reformados, Pensionistas e Idosos – MURPI. Pertence ao corpo redatorial do jornal Voz do Reformado.

Tem escritos em jornais locais e regionais e participado  em iniciativas de promoção para a saúde. Tem trabalhos de Pediatria em revistas da especialidade e três livros publicados: o Grito - poesia (1973), Memorial do Hospital Distrital de Torres Novas e do Serviço de Pediatria (1993) e Sal da Vida (2011).

segunda-feira, 28 de abril de 2014

40 Anos da Revolução de Abril de 1974 - Intervenção na Sessão Solene

Deputado Municipal José Manuel Coutinho Lopes, proferindo a intervenção da CDU. Ao lado, encontra-se a Vereadora Sónia Colaço, eleita para a CDU no Executivo Municipal. 

Ex.mos Sr. Presidente da Assembleia Municipal, Sr.s Deputados Municipais, Sr. Presidente da CM, Sr.s Vereadores, Ex.mo público,

Queremos saudar todos os que foram homenageados e agradecer-lhes a sua competência e as suas vitórias, e assim levarem o nome de Almeirim pelo mundo.

Comemoramos hoje o 40.º Aniversário da Revolução de Abril, realização histórica do povo português, acto de emancipação social e nacional, que constituiu um dos mais importantes acontecimentos da história de Portugal. 

O 25 de Abril de 1974, desencadeado pelo heróico levantamento militar do Movimento das Forças Armadas (MFA), logo seguido de um levantamento popular, transformou profundamente toda a realidade nacional e teve importantes repercussões internacionais, nomeadamente com o fim da guerra e com a independência das ex-colónias.

Culminando uma longa e heróica luta, a Revolução de Abril pôs fim a 48 anos de ditadura fascista, restitui a liberdade aos portugueses e realizou profundas transformações democráticas, políticas, económicas, sociais e culturais, que, alicerçadas na afirmação da soberania e independência nacionais, abriram a perspectiva de um novo período da história dos trabalhadores e do povo. 

A luta travada por muitos democratas, entre os quais milhares de comunistas, ao longo dos 48 anos de fascismo muito contribuiu para que acontecesse o 25 Abril de 1974. Queremos deixar aqui o nosso agradecimento a todos aqueles que contribuíram para essa luta e, em particular aos nossos conterrâneos. 

A história da resistência ao fascismo em Almeirim está por fazer e temos esperança que ainda alguém que nela participou de forma ativa o faça. Relembramos apenas que alguns almeirinenses foram presos e outros incomodados e perseguidos pela PIDE, a polícia política do regime fascista. Entre outros, recordamos, Jaime Dias, Lourenço de Carvalho, Joaquim Carvalho, Armando Reis, José Montês e Francisco Rocha. 

De referir, ainda, José Manuel Sampaio, figura incontornável da luta antifascista, na qual teve uma participação muito ativa e dedicada, em Almeirim e não só, nomeadamente na organização do Congresso da Oposição realizado em Aveiro em 1973, iniciativa que contribuiu para o desgaste do poder fascista de então. Provavelmente o almeirinense que melhor poderá transmitir aos mais novos a história política da nossa terra nos anos anteriores a 1974, e nos que se seguiram, na transição para o regime democrático. Para ele a homenagem e o obrigado da CDU.

40 Anos depois, Portugal vive um dos mais graves e dolorosos períodos da sua história, seguramente, o mais difícil desde os anos negros do fascismo. 

Um período de afrontoso conflito com o que Abril representou de conquista, transformação, realização e avanço, de total confronto com as alegrias e esperanças que as portas de Abril abriram ao povo português. 

Portugal vive uma grave e profunda crise económica e social. O País está sob uma inaceitável intervenção externa que agride a sua inalienável soberania e põe em risco a independência nacional. Agrava-se a exploração dos trabalhadores e a degradação dos seus direitos, limitam-se as liberdades do povo português, empobrece o País, milhares de portugueses são empurrados para o desemprego e a emigração, a Constituição da República é subvertida e é posto em causa o futuro coletivo de Portugal e dos portugueses.

Não será demasiado afirmar que em algumas questões de natureza económica, social e cultural, há nos dias de hoje algumas semelhanças com o que tínhamos antes de Abril de 74. Vivemos num regime de ditadura dos especuladores financeiros, dos quais os nossos governantes são meros paus mandados. A comunicação social não informa, toma partido e não é plural. O estado não assume as funções sociais consagradas na constituição, nem os direitos laborais e sociais de quem trabalha, pelo contrário, tudo faz para os destruir.

As constantes violações à Constituição a que assistimos não são um sintoma saudável do estado de direito em que devíamos viver.

O Poder Local é parte integrante do regime democrático e do seu sistema de poder. É uma conquista que viu consagrada na Constituição da República os seus princípios democráticos. Um Poder Local amplamente participado, plural, colegial e democrático, dotado de uma efetiva autonomia administrativa e financeira.

Com as primeiras eleições livres e democráticas, para os órgãos das Autarquias Locais, em 12 de Dezembro de 1976, o Poder Local Democrático afirmou-se, operando profundas transformações sociais e teve intervenção na melhoria das condições de vida das populações e na superação de enormes carências, substituindo e sobrepondo-se, até em alguns casos, na resolução de problemas que excedem em larga medida as suas competências.

Indiferente à importância que o Poder Local representa para as populações e para a resolução de muitos dos problemas que as afectam no seu quotidiano, o atual governo pôs em curso um verdadeiro programa de subversão do Poder Local Democrático, numa nova e mais despudorada tentativa de concretização da velha ambição de ajustar contas com uma das mais importantes conquistas de Abril.

Terminamos, reafirmando que as comemorações dos 40 anos da Revolução de Abril são um momento para afirmar a indignação e recusa pelo que estão a fazer ao nosso povo, ao nosso país, ao Poder Local Democrático, à sua história e ao seu futuro. Um momento de resistência e luta contra esta ofensiva que pretende ajustar contas com Abril, agredindo a democracia, a liberdade, a paz e o desenvolvimento de Portugal. 

A CDU tem a profunda confiança de que há forças e energias suficientes para alterar a situação e retomar um rumo baseado nos valores de Abril.

Viva o 25 de Abril

Obrigado

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Vereadora Sónia Colaço relembra posições relativas à limpeza da Vala de Almeirim


Na reunião de câmara do passado dia 7 de abril, foi apresentado um protocolo de colaboração com o Núcleo de ex-Marinheiros para manutenção e limpeza da Vala de Alpiarça. A vereadora eleita pela CDU absteve-se, em virtude das inúmeras dúvidas que este lhe despertou, assim como alguns aspetos que não foram tidos em conta, nomeadamente:

1. A CDU normalmente não vê inconveniente na colaboração entre várias entidades para fins específicos. Contudo, atendendo a que já existiu anteriormente um protocolo, teria sido interessante que fosse apresentado um relatório do balanço das atividades que foram desenvolvidas na vala. Assim, poder-se-ia averiguar se os custos justificavam os benefícios obtidos.
Quando o protocolo anterior foi apresentado e aprovado, a CDU levantou algumas reservas que se mantêm pelo facto de não existir o referido relatório. Com efeito, ao longo destes anos tanto na Assembleia Municipal como na Câmara Municipal, os eleitos da CDU sempre denunciaram várias situações relacionadas com a vala, nomeadamente a mortandade de peixes, a existência de pragas infestantes e diversos focos de poluição.  

2. Nesta proposta verifica-se ainda que são atribuídas à associação em questão uma série de competências para as quais não está habilitada. Com efeito, há aspetos que necessitam de acompanhamento de especialistas de diversas áreas e o protocolo é evasivo relativamente a esta matéria. Assim, corre-se o risco de existirem intervenções que agravem ainda mais os problemas existentes. Para além disto, há ainda que ter em consideração que o Núcleo de Ex-Marinheiros não pode atuar diretamente, levantando autos, por exemplo.
3. A vereadora ecologista questionou ainda qual a opinião da APA (Agência Portuguesa do Ambiente, organismo responsável pela gestão dos recursos hídricos) em relação ao referido protocolo e à sua aplicação, se existe algum parecer da referida entidade. (*)

4. Considerou ainda que é importante a apresentação regular de relatórios sobre a execução do protocolo, o que também não está previsto.

(*) O Sr. Presidente respondeu à Vereadora Sónia Colaço que na maioria das vezes é difícil obter respostas da entidade em questão às várias solicitações que o Município lhe faz. Este facto não deixa de ser estranho à CDU, uma vez que, ao longo do tempo, tem tido resposta por parte deste organismo público aos requerimentos e às preocupações que tem apresentado. 



Foto de uma das visitas à Vala de Almeirim (em julho de 2013), onde se denunciou, mais uma vez, a poluição que grassava neste curso de água.