sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Proposta apresentada em reunião de Câmara pela Preservação e Valorização do Paço Real da Ribeira de Muge-Paço dos Negros

Preservação e Valorização do Paço Real da Ribeira de Muge-Paço dos Negros

  (Classificação de Interesse Municipal e elaboração do Plano de Pormenor de Salvaguarda)

Os vestígios do Paço Real da Ribeira de Muge são dos poucos bens patrimoniais que restam da presença da Dinastia de Avis e da presença da Corte nos sécs. XV e XVI no território do atual concelho de Almeirim. O Paço da Ribeira de Muge foi o berço de Paço dos Negros e é ainda hoje um forte símbolo identitário desta aldeia da freguesia de Fazendas de Almeirim, muito prezado pela população.

A importância deste património foi sendo reconhecida pela autarquia ao longo dos anos tendo sido executadas algumas obras de melhoria da capela e do moinho e adquirido várias parcelas. Foi ainda aprovado, na sequência de uma proposta da CDU, avançar com a classificação de interesse municipal.

Deliberação que até agora ainda não foi concretizada e, entretanto, o espaço tem sido cada vez mais votado ao abandono, pelo que o estado de conservação deste património vai-se degradando cada vez mais, não permitindo o seu usufruto pelas populações da freguesia e do concelho, nem que este seja um espaço que atrai visitantes. O pórtico apresenta várias aberturas nas paredes, a sinalética de identificação dos espaços encontra-se degradada, continuam ali a residir pessoas quando já foi deliberado o seu realojamento noutro local. Esta situação tira a dignidade que o espaço merece.

No entanto, os vestígios existentes do Paço, se valorizados em conjunto com o moinho, são não só importantes para a preservação da memória desta localidade e do concelho, como fazem desta zona um potencial local de lazer e turismo, que podem vir a ser um pólo de  desenvolvimento no futuro, com melhorias para as populações de Paço dos Negros, da freguesia e do concelho.

Considerando a Lei n.º 107/2001 de 8 de setembro, que estabelece as bases da política e do regime de proteção e valorização do património cultural, em articulação com o Decreto-Lei n.º 309/2009 de 23 de outubro e com as redações posteriores, definem o procedimento de classificação de bens culturais imóveis;

Considerando ainda as competências atribuídas às autarquias locais na Lei n.º 75/2013 de 12 de setembro, nomeadamente na alínea e) do número 2 do artigo 23.º e na alínea t) do número 1 do artigo 33.º, onde se designa as atribuições do Município nos domínios do Património, Cultura e Ciência, cabendo “…assegurar, incluindo a possibilidade de constituição de parcerias, o levantamento, classificação, administração, manutenção, recuperação e divulgação do património natural, cultural, paisagístico e urbanístico do município, incluindo a construção de monumentos de interesse municipal”;

Considerando que o valor patrimonial do conjunto arquitetónico do Paço Real da Ribeira de Muge, constituído por um complexo com Pórtico, Capela, Moinho e demais dependências e ruínas, é reconhecido nos pareceres existentes do (ex-)IPPAR de 1999 e de 2003, aconselhando este último a Classificação de Interesse Municipal;

Considerando que a área de implantação do Paço Real e terrenos adjacentes está classificada no Plano Diretor Municipal do concelho de Almeirim como de interesse arqueológico.

Proponho ao Executivo Municipal que:

1 – Desencadeie o processo de Classificação de Interesse Municipal do Conjunto do Paço Real da Ribeira de Muge, da Capela e do Moinho e zona envolvente;

2 – Dê início à elaboração de um Plano Pormenor de Salvaguarda para a área identificada, que preserve este património e promova a sua valorização como espaço identitário e como zona de lazer e turismo.

Almeirim, 07 de setembro de 2020

A Vereadora da CDU

Sónia Colaço


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