segunda-feira, 14 de maio de 2018

Intervenção do Deputado Municipal da CDU António Martins na sessão solene do 25 de abril


Exmo. sr. Presidente da Assembleia Municipal
Exmos sras e srs deputados
Exmo. sr. Presidente da Câmara Municipal
Exmos. sras e srs Vereadores
Minhas senhoras e meus senhores

À semelhança dos anos anteriores , encontramo-nos reunidos nesta casa para evocar e celebrar  o aniversário do 25 de Abril , data maior e indelével na história de Portugal, por significar o encerramento de um período negro da nossa história e o início de um novo ciclo na vida do povo português.

Nunca conseguiremos agradecer o suficiente aos homens e mulheres que tanto lutaram e alguns morreram, para que o 25 de Abril acontecesse. Merecem um particular reconhecimento os capitães de Abril que tiveram a coragem de ousar e quebrar finalmente o jugo do regime fascista a que estivemos sujeitos durante 48 anos.  Nunca os esqueceremos!

É importante que o 25 de Abril não se transforme numa mera data comemorativa, num mero feriado, pontuado por cerimónias protocolares enfadonhas, esvaziado-o de conteúdo, como alguns pretendem. É importante que o povo participe e dê verdadeiro e profundo significado a esta data.

O poder local, como expressão privilegiada do espírito de Abril, tem particulares responsabilidades na sua defesa, na promoção dos seus princípios e tudo fazer para que as gerações que já nasceram após a revolução de Abril, saibam o que é viver em liberdade por contraponto a viver num regime fascista, ditatorial e obscuro. É fulcral  que as gerações mais novas saibam o que foi o 25 de Abril e, principalmente, porque é que aconteceu. Exige-se que as autarquias sejam  proactivas, gerando iniciativas que tenham como objectivo divulgar esta data tão importante e significativa e que sejam mobilizadoras da população. Havendo autarquias que comemoram condignamente o 25 de Abril, muitas há que o fazem de forma envergonhada, transformando-o num mero feriado com o banal hastear da bandeira. Não basta marcar a data. É preciso vivê-la!

A liberdade, conquista suprema do 25 de Abril, não é um dado adquirido sobre o qual possamos descansar. Vejamos o que se passa à nossa volta por paragens onde antes a liberdade e a democracia eram valores inquestionáveis e que agora se encontram ameaçados. Grandes interesses procuram definir uma nova ordem mundial. Assistimos a vários conflitos militares um pouco por toda a parte. O médio oriente é cada vez mais um foco de tensão com consequências dramáticas. Na Europa , na Ásia , nos EUA, assistimos ao ressurgimento da extrema direita, cujo único objectivo é a criação de uma sociedade retrógrada, acéfala e repressiva, geradora de grandes desigualdades, onde um exército de miseráveis contribuiria para uma riqueza incomensurável  de uma pequeníssima elite.

Que ninguém se iluda. Não estamos a salvo de também  sermos afectados. Em Portugal a direita procura por todos os meios destruir a actual solução governativa obtida com o apoio da esquerda e que tem permitido a reposição, embora tímida, de rendimentos e de direitos. É preciso prosseguir, porventura de forma mais acelerada, este caminho para que se cumpra o artigo 1.º da Constituição da República Portuguesa que diz “Portugal é uma República soberana, baseada na dignidade da pessoa humana e na vontade popular e empenhada na construção de uma sociedade livre, justa e solidária”.

Ao contrário do que muitos pensam , a liberdade não é um valor seguro que não necessite de ser acarinhado , de ser defendido. Estaremos a defender a liberdade , defendendo o espírito de Abril.  

E terminaria parafraseando Sérgio Godinho , quando canta : 

Só há liberdade a sério quando houver a paz, o pão, habitação saúde, educação ...liberdade de mudar e decidir , quando pertencer ao povo o que o povo produzir

Viva o Poder Local 
Viva o 25 de Abril
Viva a Liberdade 

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