Debate Temático sobre a árvore
Ver parte I aqui.
Este
foi um debate específico que teve lugar em sede de Assembleia Municipal através
de uma proposta da CDU, por sugestão de um munícipe no debate organizado pelo
Partido Ecologista “Os Verdes” na biblioteca municipal no passado dia 1 de
março.
A
abertura do debate coube ao sr. Presidente da Assembleia, tendo depois
intervindo os convidados (Eng. Carlos Arraiolos e Eng. Rui Igrejas) sobre a
temática da árvore em contexto urbano e como recurso económico. De seguida
deu-se a intervenção das bancadas, que puderam expor as suas ideias sobre o
assunto, assim como colocar perguntas aos dois convidados.
Da
parte CDU interveio a deputada municipal Manuela Cunha, uma das principais
defensoras da floresta e do meio ambiente em Almeirim, assim como denunciadora
de situações e políticas incorretas que têm sido tomadas nestas áreas. Da sua
intervenção, salientam-se os seguintes pontos:
1. A
CDU foi uma voz ativa aquando da limpeza da vala, quando foi totalmente
erradicada da flora ripícola existente, necessária à contenção das cheias e ao
desenvolvimento faunístico.
·
2. Foram
feitas intervenções pela CDU nas sessões de câmara, no mandato 2001-2005, sobre
as podas drásticas feitas na N114, que no médio prazo iriam gerar árvores
doentes, que acabariam por cair, o que se verificou.
3. A
CDU foi igualmente ativa aquando da substituição das árvores na Rua Condessa
Junqueira, porque eram incomodativas a alguns cidadãos (pois houveram sido mal
escolhidas), por magnólias (uma espécie exótica, cara, que consome muita água e
com uma copa que nunca se conseguirá desenvolver naquele local).
Cartoon do jornal “O Mirante”, a ironizar a plantação massiva de magnólias pela cidade.
·
4. O
Parque das Laranjeiras onde se verificou outro atentado às árvores adultas que
aí existiam, que foram cortadas.
Arranque das árvores no Parque das Laranjeiras.
·
5. Surgiu
de uma proposta da CDU na Assembleia Municipal, no mandato de 2005-2009, a
classificação da Tília do cemitério de Almeirim. Proposta esta que a assembleia
não aprova. Assim, “Os Verdes” fizeram a proposta diretamente ao Ministério da
Agricultura. Graças aos Verdes, são hoje classificadas não só a Tília, como
também a Bela Sombra, na Quinta da Alorna. Sairia contudo a Assembleia
Municipal mais dignificada se tivesse sido esta a propor a classificação.
Bela Sombra – Quinta da Alorna
6. A
talvez mais polémica luta que a CDU empreendeu em Almeirim em defesa das
árvores, foi contra a localização do Estabelecimento Prisional de Lisboa na
Herdade dos Gagos (salientando que a CDU foi contra a localização e não contra
a instituição em si). Isto implicaria um corte de boa parte do montado de sobro
da herdade, que constitui parte dos rendimentos da freguesia, visto que em
cortiça, segundo as previsões de contas de 2011, a Junta de Freguesia de
Fazendas de Almeirim previa arrecadar 60 000 €.
Alguns ativistas da CDU e residentes de Paço dos
Negros na defesa do montado de sobro da Herdade dos Gagos.
·
7. O
Plano de Urbanização de Almeirim, do tempo do Eng. Baptista (ainda anterior ao
25 de abril de 74), previa corredores verdes na então vila. Uma ótica
visionária! Corredores verdes esses que a atual presidência removeu do dito
plano de urbanização, quando se começa a imperar a sua presença, pelas
alterações climáticas que vivemos.
· 8. A
deputada deixou a sugestão que se plantassem em espaço público amoreiras, em
vez de eucaliptos, para que os miúdos possam voltar a ter bichos de seda, uma
atividade infantil intemporal, para perceber o desenvolvimento daqueles
animais.
· 9. Sendo
o eucalipto um recurso económico, devido à celulose, também o são o sobreiro e
o pinheiro. Existem fábricas de cortiça que já encerraram devido à falta de matéria-prima,
assim como industriais da madeira com falta de pinho fazer móveis, por exemplo.
No
debate temático pode intervir também o público da assembleia. A ativista do
Partido Ecologista “Os Verdes” e cabeça de lista à Câmara Municipal, Sónia
Colaço, pediu da palavra para perguntar sobre as pragas das palmeiras em meio
urbano, qual o seu impacto, a situação no concelho, como o pode afetar e o
custo que isso poderá acarretar. A isto, o Eng. Carlos Arraiolos respondeu que
“O problema das Palmeira é nacional, muito complicado, começou no Algarve, e ao que sabemos há zonas em que todas estas plantas ficaram destruídas por esta doença, nomeadamente na região do Algarve, mas está a acontecer um pouco por todo o País. Esta espécie é uma planta invasora, e como tal está ser também ela vitima de pragas que desconhecemos. Quando começam a ficar doentes, por norma não há muita coisa a fazer.”
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